http://www.makepovertyhistory.org

dezembro 31, 2004

Os dias do fim

Todos os anos, pelo fim do ano, dou largas ao meu lado mais brejeiro. Os últimos dias do ano, e a transição para um novo ano, representam para mim uma oportunidade de reflexão. Uma oportunidade para fazer um balanço do ano que passou. Evidentemente, esta reflexão não é necessariamente inerente ao fim de um ano, nem deve ser, mas a simbologia da passagem de ano está ligada a um ciclo de renovação.
Este ano termina com uma das maiores catástrofes humanas de que me lembro. Não me vou alongar em pormenores que são conhecidos de todos, que são consecutivamente notícia, nos nossos jornais e televisões. Nestas alturas, penso que existem básicamente duas posições ou formas de encarar estes acontecimentos: a desvalorização e/ou conformismo face a uma situação que não nos é próxima, bem confortáveis que estamos na nossa vida ocidental com acesso a uma quantidade diversa de recursos materiais; sentimos alguma impotência e desconforto, pensamos no valor da vida e procuramos formas de ser solidários, de tentar ajudar a minorar os efeitos da crise. Admiro, sinceramente, as pessoas que têm um elevado altruismo para com o próximo e se oferecem como missionários para ajuda no terreno.
Optei por uma contribuição simbólica de 20 euros para a Unicef . Não é muito, é o mínimo que posso fazer.
É espantoso como a vida é feita de coisas tão diferentes: cheiro o maravilhoso perfume das maças do Seixo enquanto, do outro lado do mundo, existe alguém a lutar pela vida. Os dias do fim, sempre diferentes.